Humanizar não é parir dentro da água entoando cânticos enquanto mulheres nuas dançam ao seu redor.
Ok, pode ser isso também, se for esse o SEU jeito de se sentir segura e poderosa para parir em paz. Mas vai muito além disso.
Pode ser parir em casa, assistida pela família (e, de preferência por alguém habilitado a observar e orientar o trabalho). Pode ser parir no escuro, em silêncio, sem nenhuma intervenção. Pode ser parir num hospital, tudo branco, muita luz, cercada de médicos, enfermeiras e toda a parafernália hospitalar. Pode ser parir no mato, gritando feito o bicho que somos, de quatro apoios, nas mãos de uma parteira anciã (e talvez com aquelas mesmas dançarinas bruxas-nuas do exemplo inicial). Pode ser parir olhando nos olhos do seu marido, segurando na mão da sua mãe, chamando pelo seu filho…
Pode mais ou menos que tudo isso.
[E pode então haver cesárea humanizada? Ih… Essa resposta é muito pano pra pouca manga. Mas… Resumidamente: pode. Pode, sim, porque não? Da mesma forma que pode, e tem muito, parto normal traumatizante. Humanização não se trata da ‘via de saída do bebê’. Mas aqui, assumo como parto o normal – aliás, dizer ‘parto normal’ é redundância. E a cesárea? uma cirurgia. Com os riscos e as dores que toda cirurgia acarreta, e, portanto, torçamos para que não se precise de uma! Mas e se mesmo não precisando e sabendo de tudo-tudinho a mulher prefere uma cesárea à experiência do parto? Então, amiga: humanizemos!]
NOTA: “Embora um médico humanizado de verdade, jamais aceitará fazer uma cesárea sem necessidade”
– observação muito pertinente da Ma Morini sobre a questão.
Se tratando de humanização, o assunto é amplo. O que é certo então?
Certo é que a mulher a parir estará cercada por aqueles em quem confia, num lugar em que se sinta acolhida, na posição em que se sinta mais confortável. Todos que desse momento participarem, conhecerão o plano de parto que ela fez, saberão o nome dela, o nome do bebê por quem esperam e farão questão de lhes tratar assim.
Haverá respeito, haverá amor!
Ela não terá mais medo que coragem, ela não se sentirá sozinha ou hostilizada. A dor será apenas física, e será o de menos diante da grandeza da experiência.
Ela não será separada abruptamente do seu bebê, impedida de amamentar ou obrigada a qualquer outra coisa. Aliás, é isso: ela não será obrigada!
Ela se sentirá segura!
E, por fim, sobre o momento em que deu à luz uma vida, ela sempre se sentirá FELIZ.
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E você, amiga-mães: se sente feliz com as memórias do parto?
Conta pra gente!
Eu, não — clique > AQUI < e entenda o porquê.